As plataformas de recrutamento e a responsabilidade com a pessoa candidata
Esses dias vi no LinkedIn um post relatando uma experiência positiva na plataforma de contratação Gupy.A pessoa em questão compartilhou frustrações passadas com a plataforma e comemorou, finalmente, uma experiência positiva. Devido à imagem negativa que muitos candidatos têm da Gupy, o post ganhou destaque, abrindo espaço para uma discussão sobre a plataforma. Muitas pessoas levantaram a questão de que as críticas dirigidas à Gupy deveriam, na verdade, ser direcionadas aos recrutadores e empresas que a utilizam. Estes, frequentemente, mantêm vagas abertas indefinidamente e não demonstram qualquer consideração com os candidatos.
Recentemente, tive uma experiência similar na Gupy. Fui chamada para uma entrevista e, ao final, a recrutadora me deu um prazo para resposta que viria através da plataforma. Passei a semana ansiosamente aguardando a data, que chegou sem nenhuma resposta. Nos dias seguintes, continuei verificando o andamento da vaga na plataforma, mas não houve qualquer movimentação. Claramente, a culpa não é da Gupy, que apenas operacionaliza o processo de recrutamento. Também devo reconhecer que o processo de contratação é complexo e imprevistos acontecem. No entanto, gostaria de levantar a importância da transparência, que tornaria esse processo mais proveitoso para ambas as partes.
Seria muito mais vantajoso para candidatos e empresas se houvesse transparência e responsabilidade durante todo o processo de recrutamento. Embora a Gupy não seja a responsável direta pelas ações das empresas, há melhorias que podem ser implementadas para aprimorar a experiência dos usuários.
A Gupy já implementou algumas melhorias nesse sentido.
Uma delas é o selo de feedback, que pode ser adquirido por empresas com alta taxa de retorno e atividade nas vagas nos três meses anteriores à distribuição do selo. Isso permite que os candidatos saibam o que esperar em termos de responsividade ao se candidatarem a uma vaga. Outra implementação bem-vinda são os comentários avisando sobre movimentações nas vagas e o número de candidatos.
Outras melhorias podem ser feitas.
Os “fake jobs” ou “ghost jobs” são um problema crescente. De acordo com um levantamento de maio de 2024 nos Estados Unidos, feito pelo site Resume Builder, 40% das empresas analisadas postaram vagas falsas no ano de 2024. Essa prática antiética prejudica significativamente os profissionais em busca de emprego. Para evitar a proliferação dessas práticas, a Gupy e outras plataformas poderiam exibir métricas adicionais das empresas, como o número de vagas encerradas sem contratações ou a porcentagem de vagas abertas há meses sem movimentação. Essas métricas seriam bons indicadores da seriedade das empresas.
Conclusão
Num mundo cada vez mais digital, muitos processos são automatizados por plataformas que intermedeiam as partes interessadas. Algumas dessas práticas são desleais e antiéticas devido às ações das partes envolvidas. Cabe às empresas que desenvolvem essas plataformas impor regras e medidas para evitar tais práticas.
A Gupy, como líder em tecnologia para RH no Brasil, tem implementado medidas para tornar o processo de recrutamento mais transparente, mas esforços adicionais são necessários. A transparência e a responsabilidade são fundamentais para melhorar a experiência de todos os envolvidos no processo de recrutamento.